Enquanto os nomes e obras de Velázquez e Murillo eram conhecidos e apreciados pelos conhecedores europeus em uma data relativamente precoce, Zurbarán era pouco conhecido fora da Espanha, e mesmo agora não há muitas de suas obras a serem encontradas em galerias europeias. Nascido em Fuente de Cantos, uma pequena aldeia em Estremadura, estudou em Sevilha e a maior parte de seu trabalho, quase exclusivamente comissões para ordens monásticas e igrejas, foi feito lá. Essas circunstâncias determinaram seus temas e a maneira como ele os tratou: ele pintou quase nada menos que assuntos religiosos, principalmente cenas da vida dos visionários santos ou monásticos. Suas imagens são geralmente caracterizadas por uma estrutura severa, formas vigorosas, modelos rústicos e uma observação próxima e detalhada da natureza. Durante os últimos anos de sua vida Zurbarán trabalhou em Madrid, onde, principalmente sob a influência de Murillo, sua interpretação se tornou mais suave, seu modo de expressão mais lírico e suas cores mais claras. A Sagrada Família (The Rest on the Flight to Egypt), assinada e datada de 1659, é um exemplo notável deste período tardio: uma composição simples de figuras de meio comprimento com um charme íntimo e emocionalismo fortemente reminiscente de Murillo.